Trilhamos um caminho importante até aqui, desde a conceituação de empreendedorismo, passando pelas características e habilidades de um empreendedor e refletindo sobre nossa postura nesse ambiente criativo, inovador e ousado. É bem possível que em sua cabeça tenha brotado alguma ideia ou algumas ideias para empreender. Ou pode ser que você apenas tenha identificado que não é esta a sua praia. Tudo bem também! Vamos estudar alguns aspectos que podem contribuir não só com a vida de um empreendedor, mas de qualquer pessoa e profissional.
Primeiramente, é importante esclarecer que uma boa ideia não significa uma oportunidade de negócios. Há algumas etapas a serem seguidas para que essa ideia seja testada e realmente indique ou não uma oportunidade de negócios. De maneira superficial, você já pensou sobre oportunidades lá na análise Swot, mas agora vamos aprofundá-las.
O Portal IBC Coaching (www.ibccoaching.com.br) traz algumas dicas práticas para a identificação de oportunidades de negócios. Vamos conhecer?
- Identifique seu perfil: a sugestão é você elaborar uma lista com tudo o que gosta de fazer e outra com assuntos e conhecimentos que você gosta, domina e/ou pretende continuar aprendendo. Depois junte as duas listas buscando identificar ideias de negócios que lhe possibilitem unir oportunidade e satisfação pessoal.
- Avalie as tendências de mercado: leia sobre novidades e tendências do mercado, sobre novos investimentos e segmentos lucrativos, identificando em quais você tem condições para investir.
- Produza ideias: embora ideia não seja sinônimo de oportunidades, as oportunidades são ideias que saíram do papel, portanto, escreva, busque referências, estude aquele ramo de atuação que lhe atraiu.
- Identifique seu cliente e quais os problemas que você ajudará a resolver: para quem essa sua ideia é direcionada? A quem ela pretende ajudar? Sua ideia traz algum diferencial do que já se conhece? Quais outros problemas ainda existem e quais seriam possíveis soluções? Seu produto/serviço irá atender as necessidades e expectativas desse público? Como fará isso?
- Tempo de vida: é importante traçar parâmetros de quanto tempo aquela ideia será capaz de solucionar problemas e a partir de quando se torna ultrapassada. Assim você poderá se adiantar ao fim iminente e propor atualizações para suas ideias.
- Mantenha-se atento: Leia bastante, participe de eventos, ouça as pessoas, analise e converse com concorrentes, ouça seus clientes (ou possíveis). A oportunidade pode vir de onde menos se espera.
- Melhore sempre: Tenha em mente que algo pode ser melhorado em você, na sua ideia, na sua equipe, nos produtos ou serviços com os quais você trabalha. Promova um ambiente propício para o reconhecimento da oportunidade.
Existem muitos empreendedores que acreditam que as ideias que surgem em suas mentes são verdadeiramente extraordinárias oportunidades de negócios. É importante entender que existe uma grande diferença entre uma coisa e outra. Assim, é fundamental que haja um distanciamento emocional, ou seja, é preciso submeter a ideia a uma avaliação crítica, analisando, principalmente, se realmente o que está sendo proposto vai atender a uma necessidade dos consumidores.
Fonte:Disponível aqui
De maneira mais técnica, os pesquisadores Hisrich, Peters e Sheperd apontaram no livro “Empreendedorismo” que a melhor forma de identificar oportunidades de negócio é por meio do desenvolvimento de um plano de avaliação da oportunidade.
Segundo eles, este plano é dividido em quatro seções, conforme apontamos abaixo:
Produto/Serviço
Aqui, busca-se conhecer mais sobre o produto ou serviço que se pretende desenvolver ou trabalhar. É importante que este plano contemple, segundo os autores:
- Uma descrição do produto ou serviço
- A necessidade de mercado do produto ou serviço.
- Os aspectos específicos do produto ou serviço.
- Os produtos concorrentes que atendem essa necessidade e seus recursos.
- As empresas nesse espaço de mercado do produto.
- As proposições de venda exclusivas do produto ou serviço (HISRICH; PETERS; SHEPERD, 2014, p. 101).

O mercado
Na segunda seção do plano de avaliação de oportunidade, tem-se como foco o mercado: “seu tamanho, suas tendências, suas características e seu índice de crescimento”, como apontam os autores.
Esta seção inclui:
- A necessidade de mercado atendida.
- A condição social por trás dessa necessidade de mercado.
- Quaisquer dados de pesquisa de mercado disponíveis para descrever essa necessidade de mercado.
- As dimensões, tendências e características do mercado doméstico e/ou internacional.
- O índice de crescimento do mercado. (HISRICH; PETERS; SHEPERD, 2014, p. 101)

O empreendedor e a equipe
Nesta seção, analisam-se os recursos humanos que estão disponíveis para levar aquela oportunidade adiante. É preciso que haja compatibilidade entre o produto/serviço que será desenvolvido, o que o mercado espera dele e as competências da equipe em desenvolvê-lo.
Para Hisrich, Peters e Sheperd (2014, p. 102) ela deve incluir respostas para as seguintes perguntas:
- Por que essa oportunidade o anima?
- Como a ideia de produto/serviço se encaixa no seu histórico e na sua experiência pessoal?
- Quais são suas habilidades de negócios?
- Quais habilidades de negócios são necessárias?
- Você̂ conhece alguém que tenha essas habilidades?

Planejamento
A última seção do plano de avaliação da oportunidade tem como foco traçar um planejamento, em forma de linha do tempo, a fim de viabilizar o lançamento do empreendimento. Segundo os autores, aqui deve-se concentrar em:
- Identificar cada etapa.
- Determinar a sequência de atividades e colocar essas etapas críticas em uma ordem sequencial.
- Identificar o que precisará ser realizado em cada etapa.
- Determinar o tempo e o dinheiro necessários em cada etapa.
- Determinar o total de tempo e dinheiro necessários.
- Identificar a fonte desse dinheiro necessário (HISRICH; PETERS; SHEPERD, 2014, p. 101).
Alberto Saraiva
Alberto Saraiva tinha o sonho de se tornar médico e chegou a começar o curso, até o pai ser assassinado em um assalto à velha padaria da família. Saraiva trancou a faculdade e assumiu os negócios. Com grande concorrência ao redor, equipamentos obsoletos e funcionários que não iam trabalhar, enxergou uma saída que viria a se tornar sua marca como empreendedor: oferecer preços muito mais baratos que os da concorrência.
Assim, em 16 meses a padaria se tornou um sucesso e foi vendida. Então Saraiva continuou com a sua receita em outros empreendimentos, fazendo sucesso e vendendo em seguida uma pastelaria, uma pizzaria, uma casa de gnocchi…
Até que um dia, um senhor bateu à sua porta para pedir emprego, oferecendo como serviço a única coisa que sabia fazer: comida árabe. Com sua visão de empreendedor, Alberto Saraiva reconheceu na hora uma ótima oportunidade de negócio e hoje comanda uma rede de 421 lojas espalhadas no país. Para manter sua receita de sucesso de preços baixos, verticalizou o negócio e comanda mais de dez empresas que são fornecedoras do Habib’s.
Fonte:Disponível aqui